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  • Foto do escritorMariana Floria

Como a pandemia pode afetar minha saúde mental... E o que fazer para lidar com isso!

Atualizado: 17 de jul. de 2020



Não é novidade que a pandemia do coronavírus trouxe muitas mudanças, preocupações e tem colocado em xeque muitas das certezas que tínhamos. Está difícil planejar o amanhã, a cada dia uma nova notícia e as incertezas que se formaram ontem já não são mais as mesmas. Muitos pacientes e amigos têm me relatado o quanto essa instabilidade tem gerado sofrimento. E não é algo de se estranhar, já que nosso organismo preza por certa estabilidade.

Vamos fazer um exercício imaginativo: pense na era dos Homens das Cavernas. Nessa época nossos ancestrais tinham duas grandes preocupações: alimentar-se e cuidar para não ser presa de algum animal. Qualquer sinal de perigo poderia colocar sua sobrevivência em risco. Entender, então, quais eram os melhores momentos para a caça e para o passeio era essencial para cuidar de si e de seu grupo.

Hoje em dia não precisamos mais nos preocupar se vai haver um leão lá fora que poderá ameaçar nossa sobrevivência. Nossos perigos hoje, mesmo antes da pandemia, são outros: a iminência de um desemprego, não passar no vestibular, um conflito no relacionamento... Porém ainda somos seres que detêm uma estrutura biológica muito similar àquela dos Homens das Cavernas.


Evolutivamente falando, nosso cérebro foi moldado para lidar com estabilidade, previsão. É algo natural para que possamos economizar energia, se adaptar de forma mais segura e contribuir para nossa própria sobrevivência e da espécie. Qualquer sinal de instabilidade pode simbolizar perigo e colocar nossa vida em risco, afinal, exige que nosso organismo se reorganize, se ajeite.


Agora volte o seu pensamento para o mundo presente, com uma pandemia instalada e um cenário em que as crises não se resolvem, apenas se somam (saúde, economia, política). Vivemos em constante alerta, preparados para uma possível emergência – e isso desgasta, gera estresse, traz adoecimento.


Em um momento em que se preconiza a importância da saúde e bem-estar, justamente como ponto de cuidado da imunidade biológica, precisamos pensar em estratégias para também acalmar nossa mente. O estresse traz como consequência direta a liberação de maior quantidade de cortisol em nosso organismo e esse, como resultado, acaba por abaixar a imunidade de nosso sistema.


Por isso, como uma estratégia de autocuidado, precisamos deliberadamente conduzir nosso cérebro a identificar o mínimo de estabilidade, previsão. Não é negar o que acontece lá fora, mas sim adequar a forma de se relacionar com isso.


Entenda quais são os eventos de sua vida que você consegue controlar, prever. Podemos começar com uma simples questão, sua refeição, seu horário de trabalho, sono. Gentilmente vá conduzindo seu pensamento a se focar naquilo que você consegue exercer certo tipo de controle. E isso te trará uma sensação maior de estabilidade, conforto.


Veja, ainda vamos sim lidar com o desconforto da instabilidade do mundo em que vivemos, mas a ideia é amenizar um pouco isso. Trazer um pouco de tranquilidade a uma realidade cheia de incertezas. Além de te ajudar também a se tornar mais imune a tudo isso, afinal, estará também cuidando para que não tenha altas quantidades de cortisol em seu organismo.


E lembre-se, isso vai passar! Mas se ainda assim estiver muito pesado, não se cobre a resolver sozinho. Procure uma ajuda profissional! Isso também é cuidar de você, do seu estresse, dos seus medos e da sua imunidade.

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